Resumindo, basicamente a história é essa: encurralada, sem poder estar fora, então o mundo tinha que vir aqui pra dentro do “eu” lar.
Ainda é doído – mas incrivelmente revelador e belo. Paredes desabando e sendo reconstruídas, véus se rasgando e formando outros tecidos, muros postos abaixo que se transformam em pontes.
Passados a negação, a raiva, a descrença, a desconfiança, o descontrole da viagem não planejada por mim. Nem para esse momento. Nem dessa forma. Eis-me aqui. Algo, ou alguém – a quem me entrego – foi quem decidiu. E assim tinha que ser. E começa a ficar tudo bem.
A internação agora é voluntária e espontânea. Há muito a ser aprendido!
O caminho está cheio de luzes difusas, ecléticas, linguagens diferentes que versam sobre o mesmo tema e são aceitas sem preconceitos, sem limites, sem julgamentos, sem dogmas.
A diferença está nos olhos, agora abertos, despertos, num outro nível, sendo trazidos à consciência e à verdade absolutas.
Há tropeços, sofrimentos, imprevisibilidade, descompassos, desvios. Mas há muito mais anseio pelo prêmio da libertação. É o suficiente para não parar, nem voltar atrás, nem desistir.
E, não se sabe quando, eu vou arrebentar o casulo e bater minhas novas asas de libélula. Estou indo, sem pressa, ao encontro, ao retorno à minha verdadeira casa!
(Kátia Galvão -17 de julho de 2021)