Uma hora, sem aviso, tudo acaba. Vai que eu esteja no meio de um momento bem bacana, sem nem me dar conta que tudo que existe tem fim, e ele chega. E acaba com os planos que eu tenha feito pro mês, pro dia seguinte, pro depois.
A gente se cuida, come direito, atravessa a rua olhando pros lados, não vai a lugares perigosos, mas não há trato: se tiver que ser, será. Se estiver escrito, tibum e pronto. E é aí que entra meu maior desejo de Ano Novo: quero urgência! Já deveria estar na lista faz tempo porque, com a idade, e pela lógica, os anos de vida estão mais escassos. Mas a gente insiste em não considerar o óbvio.
Um ano inteiro se passou e eu sou grata por tanto: saúde, amor, família, amizades, alegria, coragem de me reinventar, novos propósitos de vida, autoconhecimento. Check list completo do que me propus nos últimos 365 dias de caminhada. Mas passou, finito, e eu decidi que em 2020 eu vou é ter pressa! Chega de esperar. Vou querer tudo pra ontem, pra agora:
⁃ só conviver com quem me queira e faça o bem;
⁃ exigir respeito e consideração como fundamentos básicos dos meus relacionamentos;
⁃ cuidados na mesma proporção em que ofereço o meu;
⁃ trocas sinceras e prazerosas.
Parou esse papo de “dar a outra face”, de “quem tem mais, oferece mais”. Não tô me sentindo melhor hoje, nem comigo nem com outros, por ter prezado pela tolerância ou por ter evitado conflitos necessários para exigir respeito e consideração. Energia precisa ser recarregada, trocada. Não há dispositivo que viva sem combustível. Também quero o meu quinhão!
Tá decidido: pra vida ter significância, vou fazer melhores escolhas de gente, espaços e circunstâncias. Nada de me oferecer pro sacrifício. Quero urgência na lei do retorno: receber o que eu me comprometo a dar está ok, de bom tamanho!
E, se eu for chamada às pressas lá pra cima, já vou subir sabendo que vou ter que explicar direitinho essa rebeldia toda. Fazer o quê!
Por Kátia Galvão para 50etcetera.com
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