Palmito

Pessoas passam a vida à procura do par ideal. Não adianta mentir. Podemos ser independentes, bem sucedidos, autossuficientes, mas sem um companheiro bacana a gente fica sem cúmplice, sem confidente, sem eco.

Claro que amigos cumprem boa parte do papel. E, sim, qualquer um pode viver bem sozinho. Entretanto, em prol da saúde emocional, é necessário poder contar com alguém em especial – pra partilhar o tanto de bom e de ruim – particularmente se você já está vendo a casa vazia de filhos. Dá medinho de ficar largado!

Tive sorte – ou foi merecimento. Fui presenteada com um parceiro “porreta” a essa altura. Por isso hoje eu resolvi falar dele – e do quanto incrível ele é! Incrivelmente chato. Incrivelmente rabugento. Incrivelmente implicante. Incrivelmente repetitivo. Segundo o próprio, “ainda pode piorar”.

Me irrita – muitas vezes. Peço pra escolher a roupa que fica melhor e ele diz que todas são iguais. Mostro algo que precisa de conserto e ele demora uns seis meses pra ajeitar. Dá palpite em todo assunto. Faz o que quer, quando quer. Cheio de manias, não come qualquer coisa, reclama de tudo. Vive numa lógica à parte. E tem uns apegos  de dar dó: mesma pólo listrada de sempre!

Nem ligo. A contrapartida compensa. Desafio quem tenha mais pra dar de amor, lealdade e proteção. É, a meus olhos, um espetáculo – como homem e ser humano (xô olho gordo).

Me cativa – mais vezes ainda. Não deixa ninguém se meter na relação. Me defende quando precisa. Me cuida. Me estimula. Me admira. E me abraça – forte – quando tudo vai mal. (Tem o abraço mais quente do mundo!)

Incríveis também as frases que saem da cartola, todas nas justas situações:

– Mais vale um mal acordo do que uma boa briga;

– Não tem almoço grátis;

– Não existe qualidade com preço baixo;

– Não aponte meus defeitos com o dedo sujo.

Tudo isso com uma vantagem: me mata de rir a todo instante. Tem umas tiradas impagáveis, umas surpresas, uns olhares, uns barulhos. E a dancinha? Precisa ver o esculacho!

Se, entre todas as coisas, eu pudesse escolher apenas uma pra colocar na receita de vida a dois, eu diria: é preciso ter humor. Não, você não leu errado, eu disse HUMOR mesmo! Amor já é condição primeira, não vale.

E o texto quase no final e você se perguntando: “que é que esse título tem a ver com a história?” Outra invenção dele que disse, dia desses, todo orgulhoso, que está magro igual a um “palmito”. O apelido colou!

Kátia Galvão em 50etcetera

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